É bem possível que você já tenha ouvido falar em moedas digitais, mas nunca tenha acompanhado mais de perto o assunto. Bitcoins estão na boca do povo, mas poucos possuem ou sabem mais sobre isso ou até mesmo se deu conta de que ela não é a única criptomoeda que existe.
Muita gente até se surpreendeu com a notícia de que o Facebook, site que é considerado a maior rede social do planeta, de propriedade do norte americano Mark Zuckerberg, vai lançar uma moeda própria. A Libra – nome escolhido pela empresa, nada a ver com a libra esterlina dos ingleses – começará a ser utilizada pelo Facebook, Whatsapp e Instagram a partir do ano que vem.
Diferentemente do que acontece com o bitcoin, a criptomoeda mais conhecida em todo o planeta, ela será lastreada em moedas vigentes, o que tentará diminuir a volatilidade da mesma e, consequentemente, diminuirá possíveis lucros e especulações, o que atraia muitos aventureiros à aventura do dinheiro virtual.
Há muitas curiosidades sobre dinheiro digital, existe até loteria de bitcoin, mas é preciso ter muita segurança emocional e financeira para investir em algo que pode subir ou descer mais de 100% de um dia para o outro. Mas mais 10 anos após seu lançamento, o bitcoin continua sendo utilizado em larga escala, mundialmente falando.
Muita gente que estuda o fenômeno, afirma, no entanto, que apesar de estar valorizada em até 220%, a maior parte dos bitcoins se encontra parado. É utilizado meramente como especulação, não movimenta a economia, serve como uma reserva de luxo para aqueles que têm dinheiro de sobra. Isso acaba enfraquecendo o próprio setor.
Ao lastrear sua Libra em moedas reais – ao contrário do bitcoin, que não possui lastro – além de associá-lo ao blockchain e às mais diversas instituições financeiras tradicionais, como o Mastercard, Visa, Uber, Spotify e Mercado Pago – o grupo de redes sociais pretende dar credibilidade e segurança aos clientes que aderirem ao dinheiro virtual.
Para isso, foi criada uma empresa subsidiária chamada Calibra. As contas serão armazenadas em um aplicativo independente e poderão ser usadas nas empresas proprietárias e nas associadas à moeda. A intenção maior é a de agregar pessoas sem contas em banco ou cartões de crédito tradicionais.
A utilização é a mais simples possível. Você compra libras com a moeda utilizada em seu país e, com ele, faz qualquer tipo de operação – compras, vendas e transferências – nas redes sociais e sites. Em breve, contas, boletos e serviços poderão estar associados à moeda e serão pagos pelo aplicativo.
Comprar um carro, tomar um lanche, pagar pelo serviço de transporte, tudo poderá estar dentro do novo sistema de pagamento, eliminando, em breve, o uso de moeda corrente. Se, hoje em dia, quase ninguém utiliza dinheiro em papel, daqui a pouquinho ele deixará de existir totalmente, prometem estes novos serviços.
É bom já começar a se adaptar a esta realidade – apesar de sempre existir aquele que tenta burlar o sistema – é um caminho sem volta. Será necessário, no entanto, criar um sistema onde não se precise carregar um aparelho eletrônico para acessar suas reservas financeiras.
Ninguém deverá estar atrelado a um aparelho para conseguir comprar ou pagar por algo. Só quem já foi roubado ou perdeu um smartphone sabe a confusão que acontece quando se precisa cancelar os mais diversos serviços atrelados aos celulares ou tablets.
A Libra será lastreada em diversas moedas ao mesmo tempo – dólar, libra esterlina, franco suíço, euro e iene – a fim de evitar terremotos financeiros, no caso de algum problema localizado em um único país.