A indústria de quadrinhos pode respirar aliviada — pelo menos por enquanto. Apesar da crescente tensão no comércio internacional gerada pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, os quadrinhos e demais livros impressos foram oficialmente isentos das sanções econômicas, conforme apurado pela Publisher’s Weekly.

As tarifas foram propostas em uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, intitulada “Regulating Imports with a Reciprocal Tariff to Rectify Trade Practices that Contribute to Large and Persistent Annual United States Goods Trade Deficits”. A base legal da medida é o International Economic Emergency Powers Act (IEEPA), uma legislação de 1977 que permite ao presidente dos EUA regular importações durante emergências econômicas nacionais. No entanto, livros — incluindo quadrinhos — foram expressamente incluídos na lista de isenções da medida.

Por que os quadrinhos foram isentos?

Segundo as normas do IEEPA, diversos tipos de materiais impressos estão fora do escopo das tarifas, incluindo:

  • Livros, folhetos e panfletos impressos em folhas soltas ou encadernadas
  • Jornais, revistas e publicações periódicas
  • Livros infantis ilustrados
  • Catálogos comerciais, mapas, partituras musicais e globos
  • Material publicitário e outros impressos diversos, classificados sob códigos tarifários específicos

Esses itens estão claramente listados nas isenções da nova política tarifária, o que garante uma proteção temporária à indústria editorial e de quadrinhos nos Estados Unidos — especialmente para editoras que dependem da impressão em outros países, como China e Canadá.

Tarifa de 7,5% sobre livros impressos na China ainda está em vigor

Vale lembrar, no entanto, que essa nova isenção não elimina todas as tarifas existentes. Já existe uma tarifa de 7,5% aplicada sobre livros impressos na China, implementada ainda durante o primeiro mandato de Trump. Essa tarifa não está relacionada ao IEEPA e, portanto, continua válida e afeta parte da produção de quadrinhos que ocorre no país asiático.

Papel canadense também está isento

Outro ponto positivo para a indústria é que o papel importado do Canadá também será isento das novas tarifas, graças à continuidade do acordo comercial USMCA (Acordo Estados Unidos-México-Canadá), firmado em 2020. Isso garante que uma das principais matérias-primas utilizadas na impressão de quadrinhos continue acessível às editoras norte-americanas, ao menos enquanto o acordo se mantiver ativo e respeitado.

Papéis provenientes de outros países, no entanto, podem vir a ser taxados, o que pode impactar custos secundários na cadeia de produção editorial.

O que isso significa para o mercado de quadrinhos?

Apesar das incertezas no cenário comercial global, essa isenção traz um alívio importante para a indústria de quadrinhos, que já enfrenta desafios com queda nas vendas físicas, inflação nos custos de produção e mudanças no comportamento do consumidor. A permanência das isenções, no entanto, depende do ambiente político e das futuras decisões governamentais.

A isenção abrange a maior parte das despesas essenciais da indústria — como impressão no Canadá e importação de papel canadense — e garante certa estabilidade nos custos de produção, pelo menos no curto prazo. Ainda assim, os produtores seguem atentos a possíveis mudanças, especialmente em um ano eleitoral nos EUA, onde políticas comerciais podem rapidamente mudar de direção.

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